A “obstinação” em O conto da ilha desconhecida, de José Saramago
Debatedora: Doutora em Linguística Marilde Alves (Universidade Federal do Ceará)
Esse trabalho propõe averiguar de que maneira a paixão obstinação é construída no texto O conto da ilha desconhecida, de José Saramago, produzido na década de noventa do século XX. Em síntese, o referido conto apresenta um sujeito que procura o monarca de sua cidade para conseguir um barco, com o qual pretende ir em busca de uma ilha desconhecida, embora todos na cidade acreditem que todas as ilhas já foram descobertas. Numa primeira leitura, observa-se a presença de um sujeito obstinado, que modalizado por um saber (há ilhas desconhecidas) e um querer (ir em busca de ilhas desconhecidas) deve encontrar um meio para viabilizar um poder-fazer (conseguir barco e tripulação). Entendemos que a partir dessa tentativa a paixão obstinação vai ser delineando na narrativa. Para nossa fundamentação vamos nos apoiar na semiótica discursiva, em especial em Greimas e Fontanille (1993), Fontanille (2007) e Bertrand (2003) para o estudo da paixão. Greimas e Courtés (2008) e Fiorin (2010) para o estudo dos mecanismos enunciativos.
O escritor personagem: À memoria de José Saramago
Debatedora: Mestranda Rosângela Soares Lima (PPGLETRAS-UFC)
Em comemoração às duas décadas do recebimento do Prêmio Nobel de Literatura a um escritor de língua portuguesa, a presente comunicação tem como objetivo retomar a pertinente discussão sobre a questão da autoria na escritura literária teorizada por Barthes (1988), Foucault (1992), Agamben (2007), entre outros. Através dessa discussão, também deixamos nossa homenagem a José Saramago, autor de um discurso ficcional que rompeu o espaço literário, e se fez presente no cotidiano do “mundo real”. Vida e imaginário construíram o modo de percepção e recepção dos leitores em relação à figura que foi o escritor Saramago e aos seus textos.
Saramago para os pequenos: uma visão sobre sua obra infanto-juvenil
Debatedora: Mestranda Janyele Gadelha (PPGLETRAS-UFC)
José de Sousa Saramago é um autor de muitas facetas, viajando entre os mais diversos ramos literários, sua produção nos oferece uma obra composta por romances, contos, crônicas, dramaturgia, poesia, literatura infantojuvenil, literatura de viagens, diários, ensaios, memórias, jornalismo, enfim, é um caminho longo sobre o qual a fortuna crítica do autor tem se debruçado a estudar. Porém, entre tantas vertentes saramaguianas, há uma ainda pouco desbravada: sua produção infantojuvenil. Diante disso, com seus três livros publicados no universo infantil, A maior flor do mundo (2001), O silêncio da água (2011) e O Lagarto (2016), é possível realizarmos uma análise comparativa entre esses textos e vislumbrar um panorama geral sobre a produção e o estilo saramaguiano destinados a um público diverso dos seus renomados romances. Além disso, é preciso levantar relevantes questões acerca da intrínseca relação existente entre as obras consideradas infantis e as adultas.